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PLANTAE MATTO&ROSSENSES
ou
RELACÄO DE PLANTAS NOVAS
POR
J. BARBOSA RODRIGUES
Director do Jardim Botanico do Rio de Janeiro,
Cavai heiro das Ordens de S. Thiago e da Coròa de Italia, Laureado com a Grande
medalha de Galileu e membro de varias associates scientificas
nacionaes e estrangeiras.
Rio de Janeiro
Typographia LEUZINGEB
1S98
45C.4—9
-ocr page 2-
PLANTAE MATTOGROSSENSES
BIBL. INST. -, . -               MUNDE
Transitorium 2, De Uithof
Heideiberglaan 2
3584 C6 UTRECHT • Netherlands
-ocr page 3-
AO LEITOR
UANDo voltei da expedicäo que fiz ao Rio Paraguay
e ao Estado de Matto-Grosso, pretendia publicar em
urn so volume o resultado botanico que obtive, nos
poucos mezes de colheita e em època impropria, mas, de-
pendendo isso de meios pecuniarios, dividi o traballio em tres
partes. Publiquei as Palma Matto gros senses novtz com os re-
cursos que o Governo entäo poude me dispensar, e agora
apresento està nova contribuicào, auxiliado ainda pelo mesmo
Governo, para mais tarde publicar a relacào de viagem.
E' praxe em trabalhos semelhantes, relacionar todas as
plantas colhidas, pelo interesse geographico que apresenta, mas
alongando assim muito està publicacäo, apresento aqui sómente
as que me parecem ser novas (x), deixando as outras para a
referida relacäo de viagem.
Deixo tambem de consignar aqui algumas Bignoniaceas,
que presumo serem novas, esperando a conclusäo da mono-
graphia d'essa familia, na Flora Brasiliensis para, se o forem,
fazer urna publicacäo especial.
Costume tem sido entre nós, salvo honrosas excepcòes,
ser remettido para o estrangeiro o resultado botanico das ex-
pedicöes mandadas fazer pelo governo, ou mesmo as colleccòes
feitos officialmente ; mas, corno näo concorde com esse habito,
que julgo menos honroso para a nossa patria, por depòr contra
nosso saber, arrisco-me sempre a apresentar o resultado dos
meus estudos, bons ou maos, a pedir a outrem que os faca,
(') Prodromus Flora Granatensis, 1862, pag. 8.
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— VI —
comò procede tambem o Dr. Philippi, botanico chileno, e eis
porque apparece mais està insignificante contribuicào, preferindo
errar a passar por desidioso.
Desse atrevimento, resultado satisfactorio parece ter colhido
o paiz, pois centenas de especies e alguns generos novos de
plantas, jà figuram no mundo scientifico com nome brasileiro.
Nos Generas, nas Floras e em diversas publicacöes estrangeiras
tèm sido ellas citadas, referidas e representadas, porque as
que tenho corno novas apresentado, corno tal tèm sido reco-
nhecidas e aceitas pelas insuspeitas autoridades do velho mundo
scientifico. Entretanto devo sempre dizer corno Triana e Planchon
« nous réclamons d'avance l'indulgence pour les cas où notre
ignorance trahirait notre désir d'éviter les doubles emplois ».
Como, pois, nào pertenca a escola d'aquelles que so de-
terminarci plantas comparando-as com outras devidamente eti-
quetadas, nos herbarios europeus, ainda urna vez ofìereco ao
publico este ramalhete, que se nào é grande, comtudo é assàs
sufficiente para mostrar que, com patriotismo e com traballio,
as pequenas pedras tambem servem para auxiliar a construccào
de grandes monumentos. O tempio da Flora brasileira està
quasi concluido, foi se erguendo com a esplendida Flora de
Martius, à custa de obreiros estrangeiros que vivem longe da
nossa patria, mas para que nào tenham meus filhos, corno
brasileiros, de córar para o futuro, elles encontrarào tambem
n'esse monumento o suor de seu pai, servindo para argamassar
o material das columnas que o sustentam. O nome brasileiro
ahi jà està gravado e, mercè de Deus, com algum brilho.
Assim fallo, nào por enfatuàda vaidade ou desmedido or-
gulho, mas sim porque no meu passado houve um tempo em
que a sciencia officiai do paiz procurou duvidar dos meus es-
tudos, nào so dos feitos por conta propria, sem o favonio do
poder, corno dos que apresentei mais tarde, quando o governo,
depois de maduro exame, entendeu confiar-me commissöes.
Como, porém, esses mesmos trabalhos menoscabados, depois
de passar pelo cadinho das celebridades européas, fossem
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— VII —
sanccionados, creio estar autorizado a näo calar-me, devendo
com franqueza me exprimir, afim de que o meu exemplo seja
seguido por aquelles que se occupam da sciencia de Linneo, e,
para que a mocidade estudiosa se anime a percorrer nossos
campos e florestas, onde tanto ainda ha por fazer. Que ella
apanhe ahi novas folhas, flores e fructos, e mesmo com os
espinhos que formosamente ha de encontrar, entreteca coroas,
grinaldas e festòes e adorne o tempio, para que ao menos,
corno remate, possa n'elle ser entoado o hymno do trabalho
nacional.
Vale.
Jardim Botanico do Rio de Janeiro, aos 3 de Marmo
de 1898.
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PLANTAE MATTOGROSSENSES
Ordo ANONACEyE Juss.
Gen. Anona Linn.
Sect. Guanabani Mart.
1. ANONA MACROCARPA Barb. Rodr. Trunco crasso me-
diocri tortuoso; foliis oblongo-ellipticis v. obovalibus acutis
coriaceis, novissimis in petiolo nervo venisque subtus sub-
tiliter ferrugineo-pubescentis ; pedunculis solitariis ; fructu
lato ovato vel cordato maximo, areolis numerosis umbone
in muricem acutum producto, seminibus fulvis.
Tab. I.
Arbor trunco 3™4mXom,20 lg. diviso in ramos validos, tortuosi?,
cortice corrugato cinereo fusco. Ramuli cinereo-ferruginei,
laeviter ferrugineo-pubescenti, corrugati, glandulosi. Folia
petiolis
om,oo8 lg., subteretibus supra canaliculars.
om,i i-om,T5Xom)°6-om,o8 lg., oblonga, elliptica vel obovalia,
acutiuscula v. acuta, supra nitida. Flores non vidi. Bacca
magna, om,i3X°m.I4 lg- Cortex areolas exhibet subtetra-
gonas umbonatas, umbone, acuti. Pulpa alba. Semina fulva,
oblonga, om,oi8Xom,oi i lg.
Hab. in campis generalibus editis, ad Serra da Chapada, Prov.
Matto Grosso. Fructibus siccis observati arborem mense julio.
In Cuyabà dicitur
Araticum grande da serra.
Atravessando a serra chamada Manoel Antonio, quando per-
corria as immensas planicies da Chapada, ou planalto de Matto
Grosso, a 800 metros acima do mar, em època em que a
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Tab.l.
Barb.Rod. des. dap. nat.
ANONA MACRO CARPA Barb. Rod.
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-ocr page 8-
2
plantas estavam sem flores, e os campos completamente seccos,
diariamente devorados pelas queimadas que consumiam muitas
leguas de vegetacào.encontrei està especie, que me fez recordar
o Mai olio, dos campos de Minas Geraes, descripto no IV fas-
ciculo das Plantas novas cultivadas no jardim Botanico do Rio
de Janeiro,
a pags. i e seguintes, sob o nome de Anona
Rodriguesii.
Infelizmente so achei um unico fructo, jà secco,
porém em perfeito estado de conservacào. Examinando-o, es-
tudando o porte da arvore, vi que tendo muita affinidade é,
comtudo, differente da especie de Minas Geraes, e que supponho
näo estar descripta.
O Dr. Patricio da Silva Manso, autor da Enumerando das
plantas que podem promover a catarse,
um dos mais antigos col-
leccionadores das plantas de Matto-Grosso e que por muitos
annos residiu em Cuyabà, si a tivesse encontrado focosamente
estaria descripta na monographia de Martius, visto corno o
seu herbario, està reunido aos do celebre botanico bavaro.
As mesmas razòes, pois, que me levaram a considerar
novo o Marollo, de Minas, me levam tambem a assim considerar
o Aratìcum grande da serra.
Pelo tamanho parecem-se, porém pela fórma, disposicäo e
consistencia das protuberancias, afastam-se inteiramente, assim
corno pelo facies da pianta. Näo conhecendo monographia
moderna, que desta familia se occupe, nào receio dal-a corno
nova. Entretanto, é natural que està especie nestes ultimos
annos fosse colhida, principalmente pelo Dr. Lindman, mas
corno este, que me conste, nada ainda publicou, apresso-me
em entregal-a a sciencia para que maiores autoridades decidam.
Creio, corno disse, nào existir trabalho algum, visto corno
Lindman, que tenho a honra de contar no numero dos meus
amigos, ainda nào me enviou nenhum trabalho, quando Malme,
seu companheiro jà o tem feito, pelo que se prova nào haver
ainda publicado o resultado de seus trabalhos botanicos.
O Index Kewensis, publicado em 1893, so menciona as
antigas especies e é de presumir que nào a omittisse.
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Tab. IL
B ari. Ro d. des. dap. nat
AFONA CUYABAENSIS BarL.Rod.
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8
2. A. CUYABAENSIS Barb. Rod. Trunco humili cespitosi
erecti ; foliis magnis obovatis, vel ellipticis, oblusissime
acutis, subsessilis, supra atroviridis aspens subtus vellutinis;
pedunculis solitariis infra foliis erupentibus velutinis, sepalis
petalisque velutinis, sepalis connatis triangularibus acumi-
natis, petalis exterioribus ovatis carnosis obtusissimis, inte-
rioribus minoribus valvulatis concavis obtusis, bacca non
vidi.
Tab. II.
Arbuscula i - 2m lg.. Truncus etrami erecti, csespitosi. Folia
om,13 -om,20 X om,09 - om, 14 lg., obovata aut elliptica sub-
sessilia, basi rotundata aut cordata. Pedunculus om,oi5 lg.,
cernuus. Sepala velutina, acuminata, om,oi5Xom,oio lg..
Petala exteriora crassa, om,04 X om,027 lg., interiora duplo
minora, concava, obtusa, ochroleuca. Stamina numerosis-
sima. Bacca magna. Caro alba. Semina nigra.
Hab. in campis prope Cuyabà. Araticum Grande nuncupatur.
Floret. Junio.
Nos campos, que circumdam a cidade de Cuyabà, encon-
tram-se facilmente està especie; formando pequenas soqueiras
de hastes finas e erectas, semelhantes a varas de marmeleiro.
Penso que a pianta toma este aspecto devido às queimadas
annuaes. Nào vi um so pé com tronco, todos se apresentam
emittindo do solo um numero variado de hastes. Näo encontrei
nenhum specimen com fructos, porque comecavam a florescer
na occasiào, porém affirmaram-me os naturaes que os fructos
sào grandes, escamosos e quando maduros com a casca ama-
rello-esverdeada, com a polpa branca e as sementes pretas.
Como o Marollo de Minas Geraes säo tambem muito aroma-
ticas. Tive occasiào de tornar um licòr feito do fructo dessa
especie, muito agradavel näo so ao paladar comò ao olfacto.
A' primeira vista, està especie, parece ser a Anona coriacea
Mart., mas affasta-se näo so no porte, corno no tamanho das
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Bart. Rod. des. d'ap.nal.
ANOKA AUMNTIACA EarL.M.
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4
folhas, fórma e cor das sepalas e das petalas. Spencer Moore
encontrou em Santa Cruz (') urna variedade da coriacea. Elle
notou diflerencas, tendo-a entretanto corno sendo a mesma
de Martius e estabeleceu por isso entäo urna variedade a que
deu o nome de amplexicaulis.
Està especie assim corno a que se segue me obrigam a
fazer algumas observacöes.
As Anonas segundo Baillon (2) tèm sempre as petalas
muito espessas e quando em botào a prefloracào valvulada.
Dessa opiniào sào tambem Bentham e Hooker (3) e todos dào
a prefloracäo imbricada, para as Duguetias ou Aberemoas. En.
tretanto este caracter nào é fixo, porquanto a Anona nutricata
se tern as petalas exteriores perfeitamente valvuladas apresenta
comtudo, as tres interiores, nào so em botào corno mesmo
depois de abertas, as tres externas completamente imbricadas.
E' o facto que se da tanto nesta especie, corno na minha A.
Rodriguesii
e na que se segue.
Estas especies apresentam urna transicào para as Dugue-
tias, da seccào que comprehende a Anona longifolia de Aublet
a Pinaiua, Aublet encontrou na Guyana Franceza, com o nome
de Pinàou e Pinàioua, duas especies que denominou Anona
punctata e longifolia,
nome vulgar este que se estende até ao
Sul do Brazil, sempre dado a Anonaceas.
O Pinàou e Pinàioua é a Piada u ou una e Pindà yb, dos Karanys,
que a pronuncia franceza modificou na escripta, do tt indigena
fez ou. E' notavel corno esse nome seja so empregado em
anonaceas, assim é que, a Duguetia Bracteosa de Martius é a
Pindà una de Santa Catharina e a Xilopia fruciescens L. é a
Pindàyba de Minas.
Pindà una, quer dizer anzol preto e pindà yba canico de-
pescar, dos indigenas.
f1) The Phanerog. Bot. of the Matto Grosso Exp., in The Trans, of the Liti, a Loco
of Lond. IV. 1S94-96. v&g. 304.
(2) Hist, des Plant. I. p. 229.
("') Gen. PI. I. p. 27.
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ABEREMOA JOMSlANA BarL.Rod.
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5
O professor Baillon (4) observando o facto na muricata e
na involucrata, diz : « Les anona ordinairement valvaires, peuvent
avoir les pétales très-manifestement imbriqués », que é o caso
das minhas especies, que säo outras tantas que se unem äs
duas conhecidas, podendo por isso formarem urna seccäo.
3. A. AURANTIACA Barb. Rodr. Trunco humili cespitosi
erecti pubescenti ; foliis oblongis emarginatis sessillibus
erectis glaucis a basi cordatis ; ramulis novellis, pedunculis
solitariis calycis triangularibus brunneo-pubescentibus ; pe-
talis
extus brunneo-tomentosis; bacca aurantiaca minima
globoso-ovata, areolis rhombeis, umbone acutissimo.
Tab. III.
Aibuscula im - im lg., Folia om,o"j -cT.oo. X o™P45 -om,055 lg.,
sessilia, glauca, erecta, emarginata, basi cordata. Peduncidus
°m?°3 'to- erectus, bracteola semi amplexicauli, lanceolata}
acuminata. Flores non vidi. Bacca om,o6 X°m>°55 lg- auran-
tiaca, areolis subtetragonis, umbone accutissimi. Caro alba.
Hab. in campis prope Rio do Peixe et Coxipó, ad Cuyabà.
Frtict. J'unio.
Nos campos de Cuyabä, proximo aos rios do Peixe e do
Ccxipó, encontrei està especie com Mores em botào e com um
fructo maduro, porém, internamente, todo cornicio pelos pas.
saros ou insectos. Distingue-se e separa-se de todas as con-
generes pela disposicào das folhas e pelo seu aspecto. As
folhas sào pruinosas, de um verde azulado, isto é, de um
glauco especial, parecendo de céra e que na apparencia nào
denota urna anonacea. E' tambem um arbusto pequeno. Os
fructos säo de um amarello de ouro ou cor de laranja bri-
lhante, com a polpa branca e as sementes pretas. Tem o nome
de Araticum do campo. Com as especies conhecidas procurei
("j Hist, des Plant. I. p. 259.
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Tai.y
ßart.Rod. des. dap.nat.
ANACARDIUM CORYMB OS UM Bart.Rod.
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6
achar identidade, mas o resultado foi negativo; nào a encontrei
descripta e por isso aqui apresento corno nova.
A Anona phaeoclados de Martius, que cresce tambem em
Cuyabà, approxima-se da especie em questào, mas presumo
nào ser a mesma. A època da rlorescencia tambem é diffe-
rente, a minha especie floresce em Junho e a de Martius em
Novembre e Dezembro.
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Tab.VI.
Bart. Rod. des. dap. nat.
MUCUNA MATTO GROSSMSIS BarLRoi
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7
Gen. Aberemoa Aubl.
fDUGUETIA S.'e HÜ.)
1. ABEREMOA FURFURACEA, var. Jonasiana Barb. Rod.
Trunco mediocri caespitosi, ramulis novellis fulvo-lepidotis;
folliis coriaceis lanceolatis utrinque acutis, supra nitentibus,
subtus furfuraceis rufo-argenteis; pedunculis solitariis; calyce
trisepalo sepalis liberis lato-ovatis acutis recurvis, utrinque
furfuraceis, petalis exterioribus oblongis subacutis, interi-
oribus majoribus oblongis acutis aut sub emarginatis, con-
ca vis, ad basin rugoso-callosis, subtus furfuraceis, supra
tomentosis. Bacca oblonga, areolis tetragonis aut pentagonis
lseviter acutis.
Tab. IV.
Frutex im-2m lg., ramosus, ramis adscendentibus, furfuraceis
lepidotis. Folia om,o7 - o, 12 X om,020 - om,035 lg., peticli
brevi, lepidoti, om,oo5 lg. Pedunculus sub oppositifolius soli-
tariis, om,io lg., cernuus. Calyx trisepalus pubescentis,
sepala om,o 15 X °m12 lg-, recurva, subacuta. Petala exte-
riora
glandulosa, flava, ad basin rosea, interiora basi purpu-
rascentia calloso-sulcata, exteriora majore, om,oi5 X om,oi 1 lg.
Bacca om,o7 X °mj°55 lg-. oblonga, flava, semina in carne
flava nidulant obovato-compressa ; testa alutacea, albumen
ruminatum, radiis parallelis, corneum.
Hab. in campis prope Rios Coxipó et do Peixe. Araticum
nuncupatur. Floret, et fruct. Junio.
Està pianta cresce, formando pequenos capòes, nos campos
de Cuyabà, onde a encontrei com flores e com fructos, ainda
nào bem maduros, no mez de Maio.
A principio a tornei pela Anona furfuracea de St. Hilaire,
antes Duguetia furfuracea, segundo Bentham e Hooker ('),
l1) Genera Plantarum I. p. 24.
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Tab.VII.
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Bari).Rod. des.d'ap.iiat.
A.HYMENAEA CHAPAÜENSIS Barb.Rod.
B. PTEROCARPUS PARAGUAYENSIS Barb. Rod.
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8
mas, comparando a com a descripcäo do notavel botanico
francez (') e com a estampa que a representa, assim corno
com exemplares colhidos por mini em Minas Geraes, districto
de Alfenas, vejo nào ser a mesma especie e sim urna varie-
dade, pois se affasta näo so pelas flores corno pelos fructos.
O Dr. Spencer Moore, entretanto, diz ter encontrado a verda-
dadeira Duguetia furfuracea (2) em Santa Cruz, no mesmo
Estado de Matto-Grosso. Comparando a com a especie de St. Hi-
laire, vè-se à primeira vista que as flores desta sào maiores,
as petalas roseas, assim corno que o fructo tern a polpa de
um amarello cor de abobora, com as divisöes do epicarpo roseas,
emquanto que a de que me occupo tern as petalas pequenas,
branco-rosadas ou esverdeadas, com os fructos com a polpa
branco-amarellada e com o epicarpo amarello-esverdeado. Con-
sidero-a urna variedade bem distincta.
Levo a para o genero Aberemoa, escudado no sabio pro-
fessor Baillon (3), posto que contra a sua opiniäo sejam En-
dlicher, De Candolle, Hooker e Benthan, Martius, etc.
Baseaclo, porém, nas decisòes do Congresso Internacional
Botanico de Paris, corno Baillon, reivindico o genero para Fusée
d'Aublet. Este, em 1775, creou o genero Aberemoa (4) para
urna especie da Guyana Franceza, conhecida por Aberemu, deno-
minando A. Guyanensis, mas conservou para a sua Pinaìua, o
de Anona longifolia, especie que pertence tambem ao mesmo
genero, segundo Baillon. Cincoenta annos depois, em 1825,
St. Hilaire, para urna especie do genero de Aublet, encontrada
no Sumidouro, perto da antiga Villa do Principe, hoje cidade
do Serro, estabeleceu o seu genero Duguetia, que, nào sei
porque, foi aceito, sendo levado à synonymia a de seu compa-
triota Aublet. Entretanto o Aberemoa tem o direito de priori-
(!)    Fior. Bras. Mer. I. Pag. 35, tab. 6, 7.
(2)    Op. cit. pag. 299.
(3)    Adansonia, Vili, pags. 204 e 282.
(*)    Hist, des Plant, de la Guyane Frane. I, pag. 610, tab. 245.
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Tab.VIII.
B arb. Ro d. de s. da p. rial.
HYMENAEA CORREANA BarLRod.
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9
dade. O Dr. Otto Kuntze, na sua Revisio Generum Plantarum,
deste genero nào se occupou, o que me admira.
A pianta de que me occupo é da seccäo da A. longifolia
de Aublet.
As Aberemoas ou Duguetias sào Anonas, mas que tern
sempre a prefloracäo embricada e nào valvuladas, sendo as
petalas menos carnudas.
Considerando bem distincta està variedade, corno disse,
dedico-a ao meu companheiro de excursòes, a quern, em parte,
devo o boni resultado da minha expedicào, o Sr. Dr. yonas
Correa da Costa, medico distincto. Aqui deixo perpetuada a
minha gratidào ao amigo da sciencia, que tanto me auxiliou.
2
-ocr page 23-
Tal). IX.
Yl
Bart. Rod. des. dap.nat.
PASSIFLORA CAMPESTRISJarL.Rod.
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10
Ordo ANACARDIACEiE R. Br.
Trib. MANGIFERA L. March.
Gen. Anacardium Rottb.
ANACARDIUM CORYMBOSUM Barb. Rod. Trunco subter-
raneo, ramulis caespitosis adscendentibus pilosis, demum
Isevibus, dense foliosis; foliis decrescentis, coriaceis, ere-
ctis, supra strigosis, subtus dense pilosis, sessilis, oblongis,
emarginatis basin versus cuneatim attenuatis, costa crassa
nervisque lateralibus cum venis numerosis reticulatis pi-
losis, subtus prominentibus. Ramis floriferis axillaribus pi-
losis teretibus corymboso-capitatis foliis subsequantibus,
erectis ; ramulis brevissimis densissime muitifloris, bracteis
lanceolatis acutis pubescentis, pedicellis quadruplo floribus
minores, sepalis lineari-lanceolatis, acutis; pubescentibus,
petalorum duplo minoribus ; petalis lineari-lanceolatis acutis
contortis, extus pubescentibus, intus ad apicem tomentosis
et ad basin papillosis ; staminibus inclusis ; ovario ovoideo;
stylo tenui continuo ovarium multo superante.
Tab. V.
Frutex ira-im,50 alt., Folia om,i3-om,05Xom,75-om,03 lg., petiolo
nullo. InflorescencicB axillario-corymbosK usque o m,3 lg.,
ramis pilosis, primariis erectis, apice sub clavatis, dense
corymboso-capitatis, om,i-om,05 lg. ; extimis trichotomis
corymbosis bracteatis, bracteee om,oi5-om,oc>5 lg., lineari-
lanceolatse, acutae, extus pilosae, ramulis minorse. Calyces
laciniae om,oo5 lg. Petala om,oio lg., intus albido-rosea ad
apicem tomentosa, basi purpureo-papilosa, tri-striata. Sta-
men
fertile om,oo2 lg., intra petala inclusum ; cetera aequan-
tia ; antherse flavicanti-albidse.
Hab. in campis prov. Matto-Grosso, ad Serra da Chapada,
prope Rio da Casca. Caju do campo incolorum. Jul. floret.
Quando, em Julho, percorria os vastos campos da Serra
da Chapada, encontrava commummente o Cajueiro do campo,
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Tab.X.
Bart.Rod. &es. dap.nät.
PASSIFLORA CORUMBAENSIS.BartRod:
-ocr page 26-
11
mas, tomando-o pelo Anacardium humile de Saint Hilaire, que
jà o conhecia muito dos campos geraes da provincia de Minas,
nào lhe dei a principio importancia. Entretanto, sempre que
com elle me encontrava, alguma cousa se me passava no
espirito, que me attrahia a attencào, comquanto tivesse a con-
viccäo de que me enfrentava com pianta conhecida.
Tanto isso se deu, que resolvi colher exemplares, entäo
no comeco da florescencia, porque vi que alguma differenza
se apresentava, que a memoria me näo dizia.
Com effeito, mais tarde, essa impressào que me produzia,
se avivou quando tratei de estudal-a. Quando de visu se co-
nhece bem urna pianta, qualquer modificacào nos seus cara-
cteres chama a attencäo, sem que possamos, logo, dizer porque
assim ella nos impressiona.
O que me confundia era a inflorescencia, mas d'isso entào
näo cogitava. A pianta que eu conhecia, mas nào a via desde
1876, tinha paniculas terminaes e està tinha corymbos axil-
lares, sendo um terminal. Essa differenza me passava pelo
espirito, sem me avivar a memoria.
O Cajueiro do campo, foi encontrado por St. Hilaire, assim
corno por Warming, em Minas-Geraes. Foram os exemplares
ahi colhidos que serviram de typo para a classificacäo, entre-
tanto Riedel tambem o encontrou em Matto-Grosso, na mesma
Serra da Chapada, d'onde é 0 exemplar de que me occupo.
O Dr. Engler, escrevendo a monographia das Anacardia-
ceas, comparando os especimens dos herbarios, identificou os
Mineiros com 0 Mattogrossense, pelo que parece que os Cajus
do campo
se identificam nas duas provincias, o que näo duvido.
Apezar, porém, d'isso creio que mais urna especie existe nos
campos de Matto-Grosso, que é està que me occupa agora, e
que näo é a de Riedel. Encontrei tambem, muito, o A. pumi-
lum
St. Hilaire, Caju rasteiro, que nào me impressionou, e
que depois o estudando identifiquei perfeitamente com 0 de
Minas-Geraes, onde foi elle encontrado pelos mesmos bo-
tanicos.
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Tal). XL
A
X \
V,
BarL. Hod. des. dau.Tiat.
MALACOCARPUS HEPTACANTHUS Bart.Rod.
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12
O Dr. Spencer Moore, tratando do A. occidentale, apenas
o referiu da seguinte maneira : Ad Serra da Chapada el alibi
saepe vidi hujus generis speciem nanam, floriferam
, rarius
fruclificantem verisimiliter ad. A pumilum St. Hil.
, relè-
gandam.
By some oversight I omitted to dry specimens of this curious
little Cashew
» (')
O aspecto geral, o habitus, o logar em que cresce tudo é
o do A. humile, entretanto se examinarmos attentamente, vèr-
se-ha que a especie de Matto-Grosso tern as folhas sesseis e
säo pubescentes em ambas as faces, posto que menos na su-
perior; que a inflorescencia é axillar e näo terminal ; que as
flores säo em corymbos e nào em paniculas; que as petalas säo
retorcidas e näo simplesmente recurvadas, que sào pubescentes
exteriormente, mas com a parte interior tambem avelludada, na
por?ào que se dobra e se retorce, que é na altura das sepalas,
e, que além disso tem a base do lado interior corno que pap-
pilosa. Os estames säo inclusos corno o é tambem o estylo e
näo sào ultra pelala exsertum, corno sào os do pumilum.
Estudando os meus exemplares pela descripcäo do Dr. En-
gler, na Flora Brasiliensis, (2) por nào conhecer a de St. Hilaire,
feita nos Annaes de Sciencias Naturaes de Pains encontro as
differencas acima apontadas assim corno outras, corno sejam :
grandes bracteas de 6 a 4 centimetros de comprimento, que
ornam a panicula que é maior do que as folhas e que cara-
cterisa o humile. Näo posso admittir que Engler denominasse
panicula a inflorescencia da especie em questào, porque na
mesma Flora, o mesmo autor, tratando do pumilum diz que
este tem a panicula magìs ramosa quam in Anacardio humili
e na estampa (3) que representa aquelle dà urna verdadeira pa-
(')    Phan. bot. of the Mat. Gros. Exp., in The Trans, of the Lin. Sory. Vol. IV.
Sec. Ser.,  p. 342.
(2) Vol. XII, p. II, p. 411.
(')    Flor. Bras. Tab. 88.
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Tab.XII.
A
Bart.Rod. des. dap.nat.
A.DEJANIRA CYATHIFOLIA. Barb.Rod.
BMAXILLARIA CHAPADENSIS.Barb.Rod.
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13
nicula. Compare-se a panicula de Engler com a inflorescencia
que represento aqui na Est. IV e ver-se-ha, que se o hwmle
tem panicula, està especie nào a tem.
A proposito do A. humile devo referir aqui um facto no-
tavel. Pedindo ao correspondente deste jardim, o pharmaceutico
Joaquim Candido de Abreu, que é naturai de Minas Geraes,
e tem percorrido quasi toda a provincia, que me mandasse
fructos do Cajueiro do campo, para ser cultivado neste jardim,
mandou-me alguns, que plantados, germinaram e hoje jà sào
soberbos exemplares (') que acabam de florescer. Pois beni,
se nào fosse ter recebido de um hörnern consciencioso e co-
nhecedor pratico da fiora de Minas, diria ter sido enganado,
porquanto os exemplares que tenho nada tèm do A. humile,
approximando-se mais do Occidentale Lin. As folhas e flores
se identificam, so se afastam nos ramos da panicula que no
occidentale terminam quasi em coymbo e neste os ramos sào
simples, com inflorescencia indefinida. Comparando os meus
exemplares de Matto-Grosso, com os nascidos de sementes do
humile nada tèm de communi.
Seria eu enganado ? As sementes que recebi de Minas
seriam do occidentale^ Nào o creio e a forma da panicula me
autoriza a isso.
Deu-se portante urna grande modificacào no habitus; de
arvoreta rasteira, quando muito de i m. de altura, passou a ser
arvore erecta de mais de 3 m. Essa transformacào é devida
naturalmente ao facto nào so climaterico, corno a natureza do
terreno e a circumstancia de nào poder crescer nos campos,
devido ao fogo que annualmente devora toda a vegetacào.
Resiste a este e quando brota e quer se desenvolver, vera
nova queimada que o atrophia e assim em vez de se desen-
volver para o ar, o tronco rasteja sobre a terra. Transplantado
para locai, cuja terra lhe seja mais favoravel, e livre do fogo,
nào por atavismo, mas naturalmente, toma outro porte.
(') Ilortus Fluminensis, pag. 98, n. 1987.
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TaVXIII.
10
9
v
/C V
j
f
Barb.Rod. fee. at.nat.
LYGASTE MATTOGROSSENSIS Bari).Rod.
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14
O A. Occidentale, que é urna grande arvore nos bons ter-
renos, nas restingas do littoral torna-se rasteiro, posto que
näo perca o seu grande porte.
Comparando pois estes exemplares cultivados com a es-
pecie em questuo, affasta-se interamente, mas lembram bem
o Cajü do campo de Minas-Geraes. Dou aqui a especie corno
nova, as autoridades que decidam.
Comparando tambem o meu specimem com as descripgòes
dos A. Curatellcefolium St. Hil., nanum St. Hil., que Walpers,
quer no Repertorio, quer nos Annaes Botanicos apresenta comò
especies distinctas e que o Hortus Kewensis, tambem aceita,
coni nenhum se identifica. O Dr. Engler, näo sei porque, nem
na synonymia apresenta estas especies brasileiras, que entre-
tanto, estào confirmadas no Hortus Kewensis (J) corno està
tambem o meu Anacardiwn Brasiliense, que publiquei em 1883,
na Revista de Engenharia, tendo sido achado no rio Urubù, na
provincia de Amazonas, corno se ve do meu Relatorio dirigido
ao Sr. Ministro da Agricultura (2).
A sua monographia é de 1876, quando todas estas espe-
cies, exceptuando a minha, todas sào muito mais antigas. Nem
o A. Mediterraneum de Velloso (3) apresenta. Quando mesmo
essas especies sejam synonymas, deveriam ser mencionadas.
Creio que se deu o facto por näo ter sido examinado o ner-
bano de St. Hilaire, que 0 Museu de Paris näo permittiu
fosse remettido para a Allemanha, por competir a Franca, es-
tudar as colleccòes feitas por seus filhos, corno disse o proprio
St. Hilaire.
Entretanto, nós remettemos as plantas brasileiras, colleccio-
nadas por brasileiros, para serem estudadas por estrangeiros !...
(') Hortus Kewensis, I, p. 114.
(2)    Explotacäo dos Rios Urubù e Jalapti. Rio de Janeiro, 1875, p. 28.
(3)    Flor. Flum. Text., 1825. pag. 163, IV, tab. 46.
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15
Ordo LEGUMINOSA Endl.
Sub ordo PAPILIONACE^; Bth. et Hook.
Tribù PHASEOLE^E Bth. et Hook.
Gen. Mucuna Adans
Sect. Stizolobium D. C.
1. MUCUNA MATTOGROSSENSIS Barb. Rod. Foliis
utrinque argentio villosis mediocris apiculatis ; pedunculo
erecto elongato apice racemoso ; vexillo latissimo alis aequi-
longo. Legumiae lineari curvato, compresso, longitudi-
naliter costato, badio-hirsuto-velutino.
Tab. VI.
Caulis alte volubiles ramulis argenteo-velutinis. Stipula? minutae,
setaceae, caducae. Stipelce minutissima^, setaceae. Petioh
om,03 - om,04 lg., antice sulcati, velutini. Folìola om,05 -
- om,o8 X om,030 - om,045 lg., terminale oblongo-cuneata,
obtusa, lateralia oblonga, basi sub cordata, apiculata, paulo
minorìa, omnia apiculata, membranacea, utrinque argenteo-
villosa. Pedunculi om,02 -om,i5 lg., erecti, argenteo-villosi,
apice racemosi. Flores albo-violacei, brevissime pedicullati.
Calyx magnus, campanulatus, sericeo argenteo-villosus, la-
cinia superiore latissima, bidentata, lateralibus multo mino-
ribus, acuminatis, infima longiore angusta. Vexillum ovatum,
emarginatum, recurvum, om,035 Xom,020 lg., auriculis
baseos parvis inflexis, ungue minuto. Alce om,038 X om,oo4
lg., longe falcatae, apice subrotundse, auricula brevi, ungue
0.005 lg" Carina alis latior, longior, apice incurva, breviter
cartilagineo-rostrata. Antherce oblongo-linearis. Ovarium
sessile, hirsutum. Stylus longus, filiformis, laevis, stigmato
parvo, terminali, sub globosi. Legumen breviter pedicel-
latum, om,n -om,i2 X om,02-om,023 lg., densissime badio-
hirsuto villosissimum, prope basin recurvatum, versus apicem
incurvum utrinque longitudinaliter i-costatum, costis multo
proeminentibus, marginibus costatis. Semina matura non vidi.
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Hab. in nemoribus humidis ad Rio S. Lourenco et Rio Coxipó,
prope Cuyabä, in Prov. Matto Grosso. Mucunä incolorum.
Jun. et Jul. floret.
Muitas säo as especies d'este genero até hoje descriptas,
mas, muito poucas sào americanas e apenas quatro foram en-
contradas no Brasil, segundo G. Bentham, na Monographia
das Leguminosas da Flora Brasiüensis. De Candolle nos da
apenas tres, porém urna, a macroceratides, que Benthan nào
menciona, o Index Kewensis affirma tambem ser brasileira, pelo
que podemos dizer que cinco especies säo indigenas. Quando
o Brasil apresentava tao pequeno numero a Africa e a Asia
nos forneciam quarenta e urna especies.
A pianta em questào foi por mim encontrada com flores,
pela primeira vez, nas terras das barrancas do Rio S. Lou-
renco, no Engenho S. Joào, em velhas capoeiras, porém mais
tarde, tambem encontrei proximo äs margens do Rio Coxipó,
affluente do Rio Cuyabà. Como no norte do Brasil, os na-
tu raes dào, tambem, à està especie o nome de Mucunä, d'onde
se originou o generico Mucuna. O nome indigena deriva-se
de Mburu, grande, por nh-à, listrado, riscado longitudinal-
mente, referencia à casca dos fructos. Cresce formando um
grande cipoal que se cobre em grande extensào por entre os
arbustos e as arvores dos logares humidos. Nào encontrei
bagens seccas, pelo que nào sei qual a cor das sementes, a
sua fórma e tamanho.
Nas plantas mencionadas por Spencer Moore, colhidas em
Matto Grosso, näo vem està mencionada.
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Gen. Pterocarpus Linn.
Tribù. DALBERGIEvE Bronn.
Sect. Santalaria DC.
PTEROCARPUS PARAGUAYENSIS Barb. Rod. Foliolis 4-9,
oblongis utrinque acutis apiculatis, subtus ramulisque vii-
losulis ; racemis plurimis simplicibus tomentosis, pedicellis
calyce tomentoso duplo longioribus ; vexillo lato emarginato
vittelino rubro lineato ; staminibus diadelphis ; ovario
subsessili contorti tomentoso ; legumine reniformi-oblongo,
compresso, circumcirca coriaceo attenuato-alato, ala cor-
rugata in extremis revoluta, medio reticulato.
Tab. VII. Fig. B.
Arbor, ramulis novillis petiolulis racemisque brevi pubescen-
tibus. Petioli communes oro,o6-om, 10 lg., Foliola suboppo-
sita, om,oi7-om,03oXomjOo6-om,oio lg., acuta, brevi-api-
culata, basi acuta, subtus pube tecta. Racemi pluri, in
axillis superioribus simplices, om,io-om,20 lg., erecti. Pedi-
celli
om,oio lg., erecti, uti calyces pube tenuime rufes-
centes. Calyx om,oo5 lg., dentibus brevibus latis acutis
sub aequalibus, 2 summis paucius coalitis. Vexillum
om,oi9Xom,oi5 lg., calyce triplo longius, late orbiculatum,
emarginatum, ambitu vitellinum, medio supra unguem
carmineo lineatum, ungue calycem aequante. Alce falcato-
obovatae, medio contorta?, lateraliter squamosa?. Carina
brevior, petalis dorso apice breviter connatis. Stamina
diadelpha. Ovarium subessile, contortum, villosum. Le-
gumen
sessile, reniformi-oblongum, nitidum, reticulatum, ,
om,02Xom,oi5 lg., circumcirca corrugato-alatum, medio
utrinque convexum, reticulato-venosum, monospermum,
stylo supra medium lateris superioris tortum. Semina
reniformia, rubela.
Hap,, ad rìpas Rio Paraguay, prope Assumpcäo. April, floret.
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18
Logo após a minha chegada ä Assumpcäo, do Paraguay,
comecando as minhas herborisacöes, fui no dia 25 de Abril,
em companhia do Professor Daniel Anizitz, rio abaixo, a urna
lagoa das proximidades da cidade a ver a Victoria règia.
As agfuas baixavam e algfumas martens estavam ainda ala-
gadas, porém, a lagoa estava quasi secca e a rainha dos lagos
havia desapparecido, achando-a posteriormente, em Maio, em
plena florescencia, acima de Corumbà. Ahi colhi, em fior, urna
nympfiea, bastante rara.
No percurso tive occasiäo de fazer urna boa colheita, e,
entre outras plantas, consegui apanhar urna leguminosa, entäo
florida que embellezava as margens, n'um ou n'outro ponto,
e que de longe se me assemelhava urna Sesbania pelo porte,
inflorescencia e cor das flòres. Com difficuldade pude alcan-
cal-a e, entäo, pelos fructos que apresentava conheci ser um
Pterocarpus.
As plantas d'este genero, pela diversidade da fórma dos
fructos, tèm sido levadas ora para um, ora para outro genero,
que para ellas tèm sido creados, e hoje por esse motivo estào
reunidos diversos generös, que formam o seu cortejo syno-
nymico e divide-se em seccòes. Este genero creado em 1763
por Linneo, è por sua vez synonymo do Lingoum, creado em
1742 por Rumpf, mas que nào foi adoptado, pelo que 0
Dr. Otto Kuntze (x) o reivindica. Ouinze a vinte especies
sào hoje conhecidas, umas da Asia, outras da Africa e algumas
da America Meridional. O Brazil tern corno representantes
da sua natureza quatro especies (2), mas nenhuma è a de que
trato. Urna d'ellas, entretanto, que colhi no Amazonas, 0
P. Rohrii, Vohl. fui encontral-a em Matto Grosso e tambeni
no Paraguay.
A fórma dos fructos, chamou logo a minha attencào, pelo
que procürei ver que especie seria, visto corno, era naturai
(') Rev. Plant. I. p. 193 et 202.
(J) Flor. Bras. XV. p. J. pag. 266.
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19
estar classificada, por vegetar em logar proximo a capital.
Balansa que tanto herborisou no Paraguay, Morong (*), que
explorou as circumvizinhancas de Assumpcào, Graham (2),
que pereorreu o Rio Pilcomayo, nào a mencionam. Grise-
bach d'ella tambem nào se occupa, nem nas Plantce Lo-
renlziancB^
nem nos Symbolce ad Floram argenlinan. O Dr. Spencer
Moore, tambem näoo viu. Näo sendo nenhuma das especies
antigas e conhecidas, animo-me a consideral-a nova. Por
alguns caracteres, deve ser incluida na seccào Santamaria de
De Candolle (3), onde està-incluido o gigante P. Indiens, que
dà o Sangue de Drago, da Asia. A recente monographia das
leguminosas, publicada pelo Dr. Tauberg (4), nas suas duas
seccöes, Stipitati e- Sessiks, näo apresenta especie alguma
moderna, assim corno o Index Kewensis, o que me faz con-
firmar a opiniào supra.
Cresce corno disse, està especie, nas margens alagadigas
do Rio Paraguay, proximo a Assumpcào, perto do arraial dos
indios Payaguàs, e formam grandes arbustos ou arvoretas,
que tèm mais ou menos o habitus das Sesbanias, com as
folhas muito parecidas com as d'estas. Em geral os Ptero-
carpus
sào arvores, sendo algumas excelsas, corno o Indiens, que
dà grandes sùpopembas, fazendo com que o tronco tenha um
diametro de muitos metros.
As flòres d'està especie apresentam de notavel a carina
que tèm entre as nervuras urna serie de bursiculas scalari-
formes. Os fructos reniformes, achatados, rugosos, com as
margens parecèndo unduladas pela structura do tecido fibroso,
nos chama a attencäo e dà a pianta um aspecto agradavel a
vista. Encontrei-a näo so com flòres, corno tambem com
grande quantidade de fructos, alguns jà maduros, porém näo
f1) Plant, coll. in Paraguay, in Ann. of the N. York. Acad, of Sc. VII. 1893.
(2)   The Boi. of the Pilcomayo Exp., in Trans, and Proc. of the Bot. See. of Edime.
Sess. LVIII. p. 44.
(3Prodrom-us I. p. II. pag. 419.
(4)  Engler mid Franti. Die Naturalpflanzenf III. p. III. p. 340.
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20
seccos. Devo notar que Morong encontrou no Chaco, em
frente a Assumpcäo, urna outra especie que para Balansa
e para Michelli (*) é o P. Rohrii, mas que Britton considerou
especie distincta e lhe deu o nome de P. Michellii (2). Està,
porém, é urna arvore que floresce em outra època, e cujo
habitus, folhas e fructos sào muito differentes. O P. Rohrii,
tem os estames monadelphos e està especie os tem didelphos,
o que o leva para outra seccào. Nào sei se Parodi d'ella se
occupa porque nào me foi possivel obter os trabalhos do
mesmo autor e nem tao pouco saber o nome indigena da pianta.
(i) Op. cìt. pag. 86.
(2) Contrib. à la flore du Paraguay. Legumineuses. Genève. 1883.
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21
Sub-ordo C^SALPINIEAE Bth. et Hook.
Tribù AMHERSTIE^: Bth. et Hook.
Gen. Hymenaea Linn.
Foliolìs glabris
1. HYMENAL CORREANA B. Rod. Folioiis maximis, oblique
oblongis insequilateris subacutis glabris basi intequalibus ;
supra nitidis, legumine crasse compressiusculo triplo lon-
giore quam lato verruculoso nitido.
Tab. VIII.
Arbor 3"1 - 6m alt., coma patula, ramulis foliisque glabris.
Ramuli turtuosi. Foliola subsessilia, oblonga. subacuta, basi
valde inaequilatera, o,m24 X °.mi3 lg-j coriacea, supra ni-
tida, subtus opaca, pennivenia, pellucido-punctata. Petiohis
communis o,m035 lg. Legumen brevissime stipitatum, plus
minus inclinatum, o,mi5 X o,mo7 lg., lignosum, crassum,
compresso-subteres, verruculoso-nitidum, 10-12 spermum,
suturis subacutis prominentibus. Semina oblonga, com-
pressa, lateraliter subconcava, 0^032 X o?025 %•> testa
ossea, brunnea.
Hab. in campis ad Serra da Chapada prope Corrego Secco. Ja-
toba da serra incolorum. Jim. fruct.
Percorrendo em Junho os vastos campos da Serra da Cha-
pada, em Matto-Grosso, encontrei alguns exemplares d'està es-
perie, infelizmente sem flores e no firn da fructificacào. Apenas
alguns fructos pude colher que me foram sufficientes para 0
estudo.
Incompleto, corno é o exemplar que possuo, comtudo ser-
ve-me para diagnostical-o por ter visto e examinado as plantas
vivas.
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22
Até hoje, que me conste, alem das seis especies descriptas
na Flora Brasiliensis ainda ha mais oito, umas descriptas por
Humboldt e outras por Heyne. A nào ser as de Humboldt,
as outras so conheco por curtas diagnoses, que, felizmente,
caracterisam os mesmos orgäos que possuem os meus specimens,
pelo que póde-se bem comparal-os.
Entre os trabalhos modernos, em que poderiam figurar estas
especies, està o Beiträge zur Kenntniss der Flora des central-
brasilianiscken Staates Goyaz
do infortunado amigo Dr. Taubert,
em que descreve as plantas colhidas pelo Sr. E. Ule, quando
no desempenho da commissäo de que o encarregara o Go-
verno Brasileiro no planalto de Goyaz.
Entre as suas leguminosas, novas, näo ha urna so hyrne-
neae. Entretanto as chapadas de Goyaz se ligam äs de Matto
Grosso e penso que a vegetagào sera identica, pelo menos
vejo que, muitas plantas por mim encontrados sào as mesmas
que estä,o indicadas na parte geographica feita pelo Sr. Ule e
que faz parte do mesmo traballio do fallecido Taubert.
Tendo, corno nova a especie acima Ihe impuz o nome
do governador de Matto-Grosso, o Exm. Sr. Dr. Antonio
Correa da Costa corno testemunho de gratidào, pelo muito
que se esforgou para que a minha expedicào scientifica fosse
coroada de resultados, apezar da ma època para herbori-
sacòes.
Cresce nos campos dos grandes taboleiros da serra da
Chapada,onde tem o nome vulgar de Jatobà-grande ou acu. E' urna
arvore de mediana altura, esgalhada, de galhos e ramos tor-
cidps, de tronco pequeno cujo diametro nào vi exceder de
0,30, dando grandes fructos, os maiores que tenho visto n'este
genero, chegando a ter 0,10 de compr. sobre 0,07 de largo.
Os fructos, posto que muito maiores, tèm muita seme-
Ihanca com os do Jutahy acu do Amazonas, o Hym. Courbaril,
porém affasta-se pelo porte e pelas folhas. Està especie existe
cultivada n'este Jardim ha mais de trinta annos, e fructifica
todos os annos em Dezembro, emquanto que a especie de que
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23
me occupo estava com fructos ainda em Junho, o que nos
mostra urna època de florescencia differente.
Comparando a especie em questäo, com as conhecidas,
com nenhuma se identifica, pelo que a considero nova. E' na-
tural que algum dos ultimos botanicos, que tern percorrido o
estado de Matto-Grosso, a tenha encontrado, mas comò nào
conheco traballio algum d'elles, publicado, animo-me apresen-
tal-a aqui.
Foliolis villoso-tomcntosis
2. H. CHAPADENSIS Barb. Rod. Foliolis oblongis inaequflater
subacutis coriaceis supra pubescenti-hirtis subtus vellutinis,
pellucido punctatis, basi valde insequalibus; legumine crasse
compresso demidio longiore quam lato-verrucoso nitido.
Tab. VII Fig. A.
Arbor 8m-iom alt. coma patula, ramis tortuosis, ramulis foliisque
pubescentibus, Foliola sessilia, oblonga, subacuta, base valde
inaequilatera, om,io-om,i2 X omP7 - om,o8 lg., coriacea, supra
pubescenti-hirta, subtus vellutina, pellücido-punctata. Le-
gumen ora,o8 - om,09 X °m>°3 ~ on\°3 5 lg- Semina om,02 2 X
Xo,n,oi6 lg., Testa brunnea.
Hab. in campis prope Cuyabà, prov. Matto-Grosso. Jatóbà do
campo incoloriim. Jun. Fruct.
Està especie é vulgar nos carhpos de Cuyabà, que se es-
tendem até ä base da serra de Chapada, encontrando-a tambem
äs vezes no alto da serra. Em alguns logares é urna arvore
pequena, mas em outros attinge a urna altura de mais de 20
metros, sempre de galhos e ramos tortuosos. Encontrei com
fructos em Junho. Tem vulgarmente o nome de Jatobà do
campo,
e dà urna excellente resina branca que se forma dentro
dos fructos, junto do pedunculo, tornando o logar e quasi que
a forma das sementes.
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24
Com as especies de folhas pubescentes, que o professor
Bentham descreve, näo se identifica, pelo que, pelos motivos
jà dados em relacäo a outra especie, presumo näo estar està
classificada e aqui a apresento corno nova.
Depois da monographia deste notavel professor, nào co-
nheco trabalho algum que mencione novas hymenseas. O Index
Kewensis
que nos dà o que é conhecido até 1895, so menciona
as antigas especies, e devo aqui notar que jà em 1830, St. Hi-
laire |(T) adisse : ce le savant M. Martius rapporte le jatobà à
1'' hymenaea courbaril, L., mais je serai tenté de soupeonner
que le jatobà du Sertào n'est pas celui des bois vierges ».
Penso que o autor da Flora do Brasilie? Meridionalis,
tinha razào quando assim suspeitava, pelo menos as duas espe-
cies que aqui consigno e que säo dos campos do Sertào, nào
é a especie de Linneo. No Valle do Amazonas os naturaes
distinguem tres especies florestaes pelos nomes de Jatahy afu,
Jatahy mirini, Jatahy pororoka,
pelas difìerengas que encontram
na cor do lenho, no tamanho das folhas e dos fruetos.
O nome jatobà do sul, ou yutahy, jutahy, yutaicig, on jatahy
do Norte, é applicado a varias hymenseas pelos nossos indi-
genas. A sua etymologia é Y, elle, uà, fructo, aia, duro, yb,
arvore, arvore de fructo duro e, tambem, dejy, agua, aia, dura
e yb arvore, ou arvore de agua dura ou de rezina. No Ama-
zonas nào dizem senào yatayeica, quando se referem, propria-
mente, à resina.
Yatobà ou jatobà, diz a mesma cousa, y-atà-tià elle fructo
duro. Com effeito as hymenseas tèm todas o fructo muito duro.
(M Voyage dans la prov. de Rio de Jan, et de Minas-Geraes. II, p, 323.
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25
Farn. PASSIFLORAE Endl.
Gen. Passiflora Linn.
Sub. gen. Astrophcea D. C.
Sect. Cirrata
1. PASSIFLORA CAMPESTRIS Barb. Rod. Frutex ramis
csespitosis erectis velutinis cirratis ; foliis coriaceis latissime
ovalis obtusis v. acutis, supra nitidis brevissime sparse
velutinis, subtus opacis velutinis, petiolis apice in utroque
latere glanduliferis ; floribus 1-2 contemporaneis axillaribus
campanulatis ; sepalis oblongis dorsaliter mucronatis tubo
majoribus ; coronae triseriatae, filamentosae ; faucialis filis
falcatis crassis aurantiaceis ; baccis longo-obovalis longitu-
dinaliter trisulcatis coriaceis sparse argute velutinis.
Tab. IX.
Frutex erectus, csespitosus, im - im,50 alt. Rami teretes, viridi,
velutini. Pelioli om,io lg., velutini, prope basin laminae in
utroque latere glandulis duabus sessilibus instructi. Folia
om,09 -om,io X om,o8 -om,o82 lg., coriacea, latissime ovata,
obtusa v. acuta, v. emarginata, supra nitida laxé velutina,
subtus opaca, velutina. Stipula minuta?, decidua?. Cirri
axillari elongati, erecti, velutini. Pedunculi om,oo6 - om,oo8 lg.,
teretes, velutini, petiolos minores. Alabastra oblonga, obtusa.
Flos om,o6 lg., expansas om,o54 diam., extus velutinus.
Floris tubus campanulatus, sepalis brevior. Sepala lineari-
oblonga, obtusa, subtus ad epicem dorsaliter mucronata,
om,025 X om,oo6 lg., viridia. Pelala sepalis conformia, alba.
Coronnce triseriata filamentosa. Seriei exterioris radii nume-
rosissime erecto-patentes, petalis demidio breviores, com-
planati versus apicem falcati, aurantiacei; seriei secundce
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radii externis minutis falcatis viridis ; radii intimi tubo
paulo minores, tereti, incurvi, viridi. Gynandrophorum gla-
brum, inclusum, ad apicem attenuatimi. Ovarium oblongum,
puberulum. Slyli compressi, puberuli. Stigmata capitata.
Fructus elongato-obovatus. trisulcatus, coriaceus, flavus.
Semina compressa, oblonga, arillo pulposo ad apicem
bicornuto induta, testa argute granulata.
Hab. in campis Serra da Chapada, prov. Matto-Grosso. Brasi-
liensibus vocatur
maracujà de sapo. Jun. floret.
Entre as plantas colhidas pelo Dr. Patricio da Silva Manso,
em Cuyabà, figura a Passiflora Mansoi, que perpetua o seu
nome, sendo està homenagem prestada pelo sabio Dr. Martius
aos servicos prestados pelo mesmo medico. Està especie, que
näo encontrei, mas que ouvi nomear, é o Maracujà da Cha-
pada,
nome que vulgarmente lhe däo, por crescer nos campos
da Serra da Chapada. Entretanto nessa mesma Chapada en-
contrei urna outra especie muito proxima a P. Mansoi, com o
nome vulgar de Maracujà de rato. A primeira pertence ä seccäo
das Ecirratae, està bem descripta e representada na Flora
Braziliensis,
a segunda é da seccäo das Cirratae, onde so existem
seis especies, mencionadas na mesma Flora. Se bem que a
monographia do professor Masters seja de 1872, comtudo, näo
conheco outra mais moderna. Como nas obras em que poderia
estar descripta näo a encontro, por conseguinte aqui a dou,
corno nova, baseado nos elementos de que posso dispor (J).
Encontrei-a em Junho, em piena florescencia, nos altos
campos da Serra da Chapada, formando pequenas soqueiras de
hastes esgalhadas e erectas, näo attingindo a mais de um e
meio metro de altura. Se bem que nào fosse tempo de fructos,
comtudo encontrei alguns perfeitamente maduros, que me ser-
(J) O professor H. Harms que escreveu a ultima monographia, näo cita traballio
algum moderno, nem augmenta o numero de especies, entretanto é de 1893 e jà cita e aceita
0 meu novo genero Tetrastylis, desta familia.
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viram para o estudo. E' urna bella especie de flores inteira-
mente brancas, com a coròa cor de ouro, que se destacam do
verde negro da folhagem.
Os fructos que säo de um amarello de ouro, quando seccos
tèm o epicarpo muito tenue e quebradico. Caracterisa-se bem
està especie pelas sementes que sào involvidas por um arillo
transparente que forma urna especie de bolsa que termina em
duas pontas incurvadas.
Sect. Granadilla
2. PASSIFLORA CURUMBAENSIS Barb. Rod. Fruticosa;
foliis membranaceis, superne, glabris nitidis, subtus argute
villosis, quinquelobatis, lobis oblongis acutis mucronatis
serratis ; petiolis prope basin biglandulosis ; pedunculis pe-
tiolos subaequantibus ; fructu pyriformi raro subrotundo.
Tab. X.
Fruticosa scandens. Rami striati. Folia om,n XoIV35 lg-> basi
cordata, apice profunde 5-lobata, quinquenervia. Petioli
om,o6 lg. Flores non vidi. Pedunculi 0,06 lg., axillares.
Fructus pendulus, pyriformis raro oblongis, roseo-flavus.
Hab. ad ripas Rio Paraguay, in sitio Tamarindeiro prope Co-
rumbä. Marakuyä-mi vulgariter. Mai. fior.
Na margem do Rio Paraguay, abaixo do Puerto Suares,
na Bolivia, proximo a Pedra Branca, no sitio Tamarindeiro,
encontrei està especie, sómente com fructos. E' notavel pela
fórma e cor dos mesmos. O epicarpo é amarello de um lado
e roseo de outro, parecendo pela fórma e pela cor urna ver-
dadeira pera.
Entre as especies de folhas quinquelobadas näo se en-
contra a de que trato que, vulgarmente, tern 0 nome de Ma-
rakuyà-mi,
nome que tambem é dado à P. cdulis e outras.
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Torna-se notavel tambem pelo comprimento do pedunculo.
As razòes que militam para considerala nova säo as mesmas
que apresentei para a especie anterior. No Rio S. Lourenco
encontrei tambem urna outra passiflora, que a tinha corno
nova, porém depois verifiquei ser a que ultimamente N. E.
Brown descreveu com o nome de P. Giberti, achada por Graham
Ker, na expedicäo ao Pilcomayo, em 1891. Foram as unicas
passifloras que encontrei na minha expedicäo.
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29
Ordo CACTE^ Endl.
Gen. Malacocarpus Salm Dick.
MALACOCARPUS HEPTACANTHUS Barb. Rod. Caule
depresso-globoso, concavitate lanugine alba densa longiore
et aculeis intermixtis farta, basi aplanato, costis io-n
verticalibus sulcis altis transversis in tubercula anguloso-
conica supra areolaria divisis ; areolis suborbicularibus
tomento densiore obductis mox denudatis, aculeis albe-
scentis 7 inaequalibus retrorsis teretibus subcorneis acutis-
simis rigidis marginalibus, appicalibus (i) minoribus su-
berectis, mediis (2) paulo majoribus, subretrorsis, infimis (3)
multo majoribus. Flores non vidi.
Tab. XI.
Caulis cum cephalio om,o8-om,09XoIV l lg-> Costae basi om,02 lat.,
tuberculse om,02 alt., obscure virides. Cephalium album
aculeis erectis v.sub incurvis copiosis pertusum om,03-om,05lg.
Areolae om,03-om,04 diam., superiores lanugine alba obdu-
cta^, inferiores demum nudse. Aculei 7, superiores om,oi lg.,
laterales om,02 lg., inferiores om,35 lg..
Hab. in arenosis campis Serra da Chapada et prope Cuyabà,
Prov. Matto-Grosso.
Nos terrenos areientos ou pedregosos dos campos pro-
ximos a cidade de Cuyabà, e mesmo nos campos da Chapada,
da Serra de S. Jeronymo, por varias vezes encontrei està
especie em differentes gràos de crescimento. Infelizmente
nunca a vi em fior. Transportando, para este jardim, mais de
urna vintena de exemplares vivos, alguns morreram, escapando
comtudo alguns que estào em plena vegetacào, mas que ainda
nào fioresceram. Transplantei-os no mez de Junho e até està
data ainda nào fioresceram, quando em geral o mez de Janeiro
e de Fevereiro é o das flores das cactaceas. Nào conheco as
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flores, mas pelo estudo do caule, creio que nào estou em erro
levando a especie para o genero Malacocarpus de Salm Dyck (*),
considerando-o distincto do Echinocactus de Link e Otto, se
bem que Bentham, Hooker (2), e Baillon (3) considerem aquelle
synonymo deste. O Dr. C. Schumann (4) o separa e apresenta
corno caracter distinctivo o seguinte : « Caulis apice tomento
areolarum confluente Iongissimo cephalium convexum exhibens
aculeis intermixtum ».
Comparando o Echinocactus com o Melanocarpus diz tam-
bem : «In illis caput plantae praesertim nomine cephali salutatur,
sed etiamsi in Malacocarpo cephalium aculeis intermixtum est,
tarnen differentia essentialis inter ambo vix existat ». Com ef-
feito este caracter apresenta e se assim näo fora o levaria
para a seccào Discocaclus, que Schumann estabeleceu para o
genero de Link e Otto.
Melanocarpus ou Echinocactus constitue todavia, urna es-
pecie nào descripta, porque, jà nào me referindo äs especies
que De Candolle (s) e Walpers (6) citam, mas procurando de-
terminala com as especies de ambos os generös, que Schumann
apresenta, comò conhecidas até 1890, na sua Monographia
com nenhuma dellas se identifica.
No genero Melanocarpus apenas apresenta oito especies
e no Echinocactus dezoito, sendo que deste genero a seccào
Discocactus, so contém duas especies.
Ainda me confirma ser um Malacocarpus o facto das "es-
pecies conhecidas sereni, quasi todas, do Uruguay, isto é, do
Sul do Brasil ou Brasil austral.
Caracteriza bem està especie os espinhos dos mame-
lòes, sempre em numero de sete, dos quaes os tres inferiores
(')    Cact. Hort. Dyck. 24, 141,
(2)     Gen Plant. I. p. 848.
(3)    Hist, des Plant. IX. p. 44.
(*)    Flor. Bras. IV. p. II. p. 236.
(6)    Prodromus II, p. 461
(6)    Ann. hot. syst. II, III et V.
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sào sempre grandes, com a apparencia cornea, durissimos,
recurvados, arredondados, com as extremidades mais escuras
e agudissimas. Os quatros superiores sào muito menores e
erectos, sendo que destes os dois internos ou mais superiores
sào ainda menores. Estes espinhos sahem de urna areola que
quando nova é um pouco cotonosa. Os espinhos da cabe(a sào
erectos, finos e curvos e sahem de pequenos cochins muito
lanuginosos que unidos formam um so corpo, o cephalium.
O numero de quinas (costse) que sào formadas de mamelòes
tambem a caracterisa. Invariavelmente os mamelòes sào dis-
postos em io series, raras vezes 11 de 3 a 4 em cada serie,
que da base para o apice decrescem.
O Dr. Spencer Moore nào encontrou està pianta, na sua
expedicào, e creio mesmo que pouca importancia ligou às
Cactaceas, porque apenas menciona a Pereskia Bleo DO e
nem fala nos gigantes Cereus Peruvianus que cobrem os ter-
renos calcareos das margens do Paraguay. O Dr. Morong,
tambem entre as especies desta familia (*), que encontrou,
nem urna so apresenta deste genero, pelo que corno nova aqui
a apresento.
Occupando-me aqui de urna cactacea, devo observar que
na recente monographia da Flora Brasiliensis, o Dr. Schumann
nào menciona o Melocaclus communis de Link e Otto o Cactus
Melocactus
de Linneo, bem representado por Pyramo De Can-
dolle (2) que o dà corno sendo da America Meridional e das
Antilhas, tendo sido introduzido na Europa em 1601. Està es-
pecie entretanto é tambem brasileira e se encontra em Fer-
nambuco e no Cearä com 0 nome de Corda de Frade. Este
jardim possue urn soberbo exemplar da variedade macroce-
phalus,
proveniente d'este ultimo Estado. Floresce quasi todo
o anno.
11) An. Enum. of the Plant, col. by Dr. T. Morcng in Paraguay i8S8-i8go. Ann.
of the New- York Acad, of Se.
Vol. VII. 1893.
(2j Planles grasses, t. 112.
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Ordo GENTIANACEiE Lindi.
Gen. Deianira Cham, et Schi.
1.   DEIANIRA ERUBESCENS Cham, et Schi, in Linnaea I,
95, Griseb. Gent. 114, id. in D. C. Prodr. IX, 48. Mart.
Fl. Bras. YI, p. I, pag. 201. — Callopisma perfoliatum Mart.
Nov. Gen. II. 107, tab. 183.
Vai'. ALBA Barb. Rod. major, altior ; foliis perfoliatis, lato-ovatis,
acutis, internodiis majoribus ; floribus albo-lacteis.
Encontrei na serra da Chapada a especie typica, onde a
encontrou tambem o Dr. Silva Manso, exactamente corno a
descreveu e representou Martius sob o nome de Callopisma
perfoliatum,
e posteriormente a variedade em questào, que se
affasta da erubescens em ter a haste muito longa, de im,yo, com
os intrenós muito espacados, distando as folhas na base umas
das outras 1 decimetro e no apice 7-8 centimetros. O que a
distingue immediatamente säo os grandes cymos de flores de
um branco de leite, que entre as folhas glauco pruinosas se
ostentam. Quiz identifical-a com a variedade pallescens Schlchtd,
mas encontrando tambem està, que é de um roseo cor de carne,
collocando-as ao lado urna da outra, se destacaram extraordi-
nariamente, pelo que apresento està nova variedade.
2.   D. CYATHIFOLIA Barb. Rad. Caule simplice; foliis subro-
tundis basi attenuatis alte connatis perfoliatis concavis,
cyma trichotoma foliis subsequantia, corollas lobis oblongis
obtusis.
Tab. XII Fig. A.
Caulis erectus, strictus, om;40 — om,50 lg., teres, pallide viridis,
pruinosis. Folia omnia ad tertiam circiter altitudinis partem
connata et perfoliata, internodiis majora, om,045X°mj040 'g-»
subrotunda, obtusa, concava, pruinosa, nervis 11 evanidis
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percursa, margine lateraliter sub recurva. Flores in cymis
axillaribus trichotomis corymboso-coartactis, numerosi, albo-
rosei. Pedimculus communis om,oi lg., pedunculi partialis
minori. Bractece et bracteolce oblongse, obtusae, om,oi4 lg.,
sursum minores, pruinosae. Calyx om,oo7 — om,oo8 alt.,
quadripartitus, laciniis lanceolatis dorso sub cannato, acutis.
Corolla albo-rosea, tubus cylindricus, rectus om,oo6 lg.,
limbus in lacinias sequales horisontaliter patentes, oblongas,
obtusas, om,oi Xom,o°6 lg. Stamina aequalia, filament a supra
medium tubum inserta, basi dilatata, antherae filamentis
majorat, laciniis dupla minorae, erectaa, sagittatae, flavae,
om,oo4 lg., ovarium oblongum, trigonum, stylus filiformis,
stigma bilobum, loots oblongis, intus glandulosus.
Hab. in campis Serra da Chapada, prope Capào Secco, ad Prov.
Matto-Grosso. Jun. floret.
Entre as diversas plantas que no mez de Junho collii nos
campos da Serra da Chapada, perto do rio da Casca, distin-
guere està bella Dejanira, de flores tambem brancas, porém
lavadas de um roseo-pallido.
Duas especies com quat.ro variedades, segundo o Dr. Progel,
ou tres especies segundo o Index Kewensis, apresenta até hoje
este genero, sendo que todas tèm as flores cor de rosa vivo
ou pallido. Todas apresentam os cimos muito maiores do que
as folhas e mesmo peniculados e nào com cymos menores, ou
pouco maiores do que ellas, e por assim dizer occultos na sua
concavidade. A especie em questào tern as folhas nào tao per-
foliadas corno a eruòescens, mas muito mais largas e concavas,
dando a primeira vista a forma de um vaso cheio de flores.
Aleni disso a especie de Chamisso tèm os cimos todos
quasi que terminaes, isto é, posto que axillares, so no apice
da haste se apresentam 2 a 4, emquanto que a especie em
questào apresenta os seus cymos axillares, quasi desde a base
da haste, até ao apice onde termina por um maior e corym-
boso. Se beni que as folhas sejam tambem glaucas, estas sào
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do comprimento dos entrenós, a ponto de ficarem estes occultos
pelos cymos lateraes, cujas fllores os circundam. Ainda mais, os
caules que na erubescens säo fistulosos, n'esta especie nào o säo.
Especie bem distincta nào so pelo porte, corno pela cor
das flores e disposicäo dos cymos. Posto que Martius seja de
opiniäo que segundo o solo e a idade a Deianira erubescens
varie, nào acredito que produzisse urna variedade, com cara-
cteres de nova especie. Variedade é a minha alba, corno sào
as pallescens e cordi/olia. Poder-se-ha ver bem as differencas
comparando-se a minha estampa com as que Martius apresenta
coloridas no seu Nova Genera, voi. I, pags. 183 e 184, sob 0
genero Callcpisma. Este genero passou a synonymo do Deia-
nira,
porque quando ja estavam impressas as estampas da sua
obra, mas nào expostas ao publico, Schlechtendal publicou, na
Linnaea, o seu genero Deianira, sahindo portanto antes da pu-
blicacào de Martius, que nào podia mais inutilisar as estampas,
e so pela demora da impressào deu-se o facto de Martius
perder a prioridade do seu Callopisma.
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Ordo ORCHIDACEiE Lindi.
Gen. Maxillaria R. et Pav.
(Xylobium Lindi.)
1. MAXILLARIA CHAPADENSIS Barb. Rod. Pseudobulbis
conicis angulosis diphyllis, foliis lanceolatis triplicatis acutis
basi angustatis, scapo racemoso multifloro pseudobulbis
triplo longiore, sepalis lanceolatis acutis, petalis minoribus
subconniventibus, labello postico trilobo, lobo intermedio
reniforme, intus calloso callo quinquelineato, extus ad
apicem tuberculoso.
Tab. XII. Fig. B.
Pseudobulbis om,o6-om,c>7 X °"\3° _ °m>55 lg- Folia super laete
viridia, subtus tri-nervata, nervis prominentibus, basi atte-
nuata, acuta, om,20 X om,o8 lg. Scapo erecto, om,i2 -om,i5 lg.,
laxifloro. Bralecz lineariae, pedunculo paulo minorae. Flores
io-12-contemporanei, albi, patenti. Ovarium incurvum,
om,oio - om,oi2 lg. Sepala superiora minora, inferiora sub-
recurva, om,oi5 X om,oo4 - om,oo5 lg., dorso cannata. Pe-
lala
om,oi3 X om,oo2, lg., plana. Labellum om,oi5 lg., album ;
Columna alba, incurva, laeviter claviformis, inferne longe
producta, antice plana, om,O07 lg. Anthera unilocularis,
galeata. Pollinia 4, per paria, in glandulam lunatam sessilia.
Hab. in arboribus sylvis umbrosis loco diclo Capäo secco, ad
Serra da Chapada, in Matto-Grosso. Floret. Mart.
Explorando as florestas do grande Capäo, no logar deno-
minado Capäo Secco, encontrei ahi algumas orchidaceas, cha-
mando-me para ellas a attencäo a bella e perfumosa Catleya
Princeps,
que encontrei e descrevi em 1868, nos rochedos da
serra de Caldas, em Minas-Geraes. Crescia està, entäo, sobre
os galhos das arvores que davam para o campo e eram batidas
pelo sol. Apresentava-se coberta de flores.
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3 H
N'este capäo tive eu occasiào de vèr està familia repre-
sentada por especies do Rio de Janeiro, de Minas e do Ama-
zonas. No sombrio da floresta encontrei muitos exemplares
do meu Cycnoches Haagii, do Amazonas, e a C. Princeps, de
Minas. Entre outras especies, corno Plettro I hallis apanhei
varios exemplares formando grandes e beìlas soqueiras de urna
Maxillaria que, entào, tornei pela M. squalens, apenas pelo
porte, pois que nào estava em fior. Transportada e cultivada
n'este Jardim, em Marco, deste anno, floresceu.
Na apparencia é urna squalens branca, mas nos detalhes
afasta-se interamente. Tive occasiào de comparar as flores de
ambas as espigas porque fioresciam, conjunctamente, e pude
vèr que sào bem distinctas, nào so na cor corno nas fórmas.
Tcdas as divisòes da fior sào de um branco-marfim. Con-
siderandoa nova denominei-a M. Chapadensis, por ser encon-
trada no planalto de Cuyabà, que tem o nome de Serra da
Chapada.
Depois dos desgostos por que passei, com a minha malo-
grada Iconographie des Orchidées du B rèsti, abandonei com-
pletamente o estudo d'està familia, a ponto de muitas especies
novas me haverem passado pelas màos sem que eu as descrevesse.
As orchidaceas que foram sempre as minhas flòres predilectas>
ellas que sempre me pagaram com usura o amor que lhes
tributava, foram desprezadas ! Para que d'ellas me occupar,
se o meu trabalho, o meu sacrifìcio, o que com ellas gastava,
tudo era perdido ?
Perto de oitocentas especies novas descrevi ; com ellas
gastei os melhores dias de minha vida ; por ellas expuz minha
existencia, com ellas distribuì todo o päo que ganhei e quando
suppunha que ellas apparecessem no campo scientifico, osten-
tando as suas galas, conquistando gloria para seu paiz, fui desillu-
dido, tinham de morrer na obscuridade, porque assim exigia o
patriotismo brasileiro. Para que tamanho trabalho se nào per-
desse, eu que recusara a collaboralo com Reichembach filho,
com Kraeslin e outros ; que desprezei grande offerta pecuniaria,
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entreguei graciosamente o fructo de muitos annos de trabalho
ao sabio professor Alfredo Cogniaux que, jà em cinco grandes
fasciculos da Flora de Martins, as tern publicado e represen-
tado ("). O que o governo do meu paiz negou-me, gentilmente
me offereceu o estrangeiro. Salvas as minhas especies novas e
jà figurando no mundo da sciencia, posso agora reanimar-me
e d'ellas outra vez achegando-me, dizer : on revtent toujours à
ses premiers amours.
(') Com raras excepgöes todas as estampas da monographia da Flora i/e Martins, säo
minhas, fielmente copiadas da minha Icono^raphia.
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38
Gen. Ly caste. Lindt
LYCASTE ROSSIANA var. MATTO-GROSSENSIS Barb.
Rod. Pseudobulbis ovatis complanatis anguloso-rugatis bi-
trifoliatis, quum aphyllis ad apicem bi-aculeatis, foliis late
lanceolatis acutis ad basin attenuatis, scapo erecto unifloro
pseudobulbis paulo majore, tribracteato, brateae envaginar.se
cuculatae acutae, internodiis minorse, sepalis patentibus ad
apicem recurvis late lanceolatis acutis lateralibus majoribus,
petalis sepalisque paulo minoribus erectis oblongo-lanceolatis
acutis, labello petalis minore, trilobo, lobis lateralibus erectis
ad apicem emarginatis, lobo medio lanceolato acutissimo
recurvo ad apicem sub plicato brunneo laeviter maculato,
calloso callo longo concavo, columna dorsaliter angulosa
antice plana basi producta.
Tab. XIII.
Pseudobulbis om,07Xom,05 lg., vernicosis ; Scapo erecto, albo
viridi, om,io lg., Bractece invaginata^, ad apicem cuculiata
acuta, om,oi5 lg., brunnese. Flores aurantiaceis. Sepala
superiora recurva, plana, om,03oXom,oi9 lg. inferiora ma-
jora, om,035Xom;0I7 lg- Petala om,03oXora,oi6 lg. La-
bellum
om,025 lg. Columna om,oi5 lg., antice laeviter velu-
tina, alba. Anthera unilocularis, granulosa. Pollinia 4 per
paria, caudicula longa, gianduia lanceolata.
Hab. In arboribus sylvìs utnbrosìs loco diclo. Capào secco, ad
serra da Chapada, prov. Matto-Grosso. Fior. Jul.
Attrahido pelo aroma da minha Catlleya Princeps (x) que
a borda da matta do Capào secco, no alto da Serra da Cha-
pada, se ostentava com um bello pendäo de flores, que se
baloucava pela aragem gelada que acoutava os campos, n'uma
(') Descoberta em 1868, em companhia do botanico sueco Salomon Henschen, em
Minas Geraes, e muito posteriormente descripta pelo professor Reichambach, com 0 nome
de Cattleva dolosa.
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temperatura de 40 gràos, penetrei na refenda matta e ahi en-
contrei, sem flores, mas representada por muitos exemplares
a especie que me occupa.
Transportados para este Jardim, despiram-se das folhas e
etti Julho floresceram, dando cada pseudobulbo cinco a seis
magnificas flores de um bello amarello de curo.
Procurando determinal-a vi que se approxima muito do
Lycaste Rossiana que 0 professor Rolfe descreveu em 1893,
desconhecendo a patria. Tendo sido remettida de Florenca
para a colleccào do Sr. Warocqué, em Mariemont, ahi
floresceu.
Posto que muito proximas sejam as especies, comtudo,
se afastam näo so no colorido corno no tamanho e fórmas.
O Lycaste Rossiana tem as sepalas amarello-esverdeadas, com
pellos na base e tèm om,035-o,04X°m>20 de comprimento
emquanto que a presente tem as petalas de um amarello de
ouro, sem pellos e com o,3oX°m?OI5 de comprimento. As
petalas sào esverdeadas com manchas pardas e pelludas na base,
emquanto que as da minha säo amarello de ouro sem pellos.
O lobulo tem a base muito concava, listrado transversalmente
de pardo, com os lobulos redondos e com 0 disco munido de
grandes pellos, quando o da minha especie nada disso apre-
senta. Outras differencas ainda apresenta que facilmente serào
vistas pelos detalhes que apresento.
Näo descrevo aqui as folhas porque sào semelhantes às
das outras especies, chamando apenas a attencäo para um
caracter dos pseudobulbos. Estes depois da queda das folhas,
apresentam no apice dois espinhos em fórma de unha de
gato, excessivamente duros e pungentes, que mostraram a sua
utilidade dando-me dois profundos golpes na mào, quando
arranquei o primeiro exemplar que achei. Cresce sobre o
musgo das arvores nos logares humidos.
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EXPLICACÄO DAS ESTAMPAS
Tab. I. — Anona macrocarpa Barb. Rod.
i. Galho com folhas, de tamanho natural.
2.    Fructo inteiro, idem.
3.    Semente, vista de lado, idem.
lab. II.—Anona Cuyabaensis Barb. Rod.
A.   Uma folha vista pelo dorso e destituida de pellos, de tamanho natural.
B.   Galho com urna fior, idem.
1.    Calyce, visto pela parte externa, idem.
2.    Uma petala exterior, vista pelo interior, idem.
3.   Tres petalas interiores, idem.
4.    Uma petala interior, vista de lado, idem.
5.   Estames, idem.
Tab. III.—Anona aurantiaca Barb. Rod.
A.   Um galho com fructo pequeno, de tamanho natural.
B.   Um fructo maduro, idem.
Tab. IV.—Aberemoa Jonasiana Barb. Rod.
A.   Urn galho com fior e fructo, de tamanho natural.
B.   Fructo maduro, cortado verticalmente, idem.
I.    Sepala de tamanho natural.
2-3-4. Petalas exteriores, idem.
5-6-7. Petalas interiores, vistas de frente, de tamanho natural.
8.   Uma petala interior, vista do lado externo, idem.
9.   Estames e estylo, idem.
10.   O mesmo, duas vezes augmentado.
II.   O mesmo, cortado verticalmente, idem.
12. 0 mesmo visto pelo lado superior, idem.
Tab. V.—Anacardium corymbosum Barb. Rod.
A.   Um galho com flöres, de tamanho natural.
B.   Uma folha, vista pelo lado posterior, idem.
1.   Urna fior esteril, idem.
2.   Urna dita, tres vezes augmentada.
3.   Urna fior fertil, cinco vezes augmentada.
4.   Calyce, idem.
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5.   Urna petala, vista do lado interior, idem.
6.   Uma dita, na sua posicäo natural, idem.
7.   Estylo, idem.
8.   Parte superior do mesmo, idem.
9.   Estame esteril, muito augmentado.
io. Dito fertil, idem.
Tab. VI—Mucuna Mattogrossensis Barb. Rod.
i. Galho com folhas e flòres, de tamanho naturai.
2.   Calyce, do lado exterior, idem.
3.   Aza, idem.
4.   Carina, idem.
5.   Estandarte, idem.
6.   Estames, idem.
7.   Ovario e estylo, idem.
8.   Fructo nào maduro, idem.
9.   Parte interna do mesmo, fragmento mostrando a semente, idem,
io. Córte transversai do mesmo, idem.
Tab. VII.—HymenvEA Chapadensis Barb. Rod.
A. Uma folha, do lado inferior, de tamanho, naturai.
1-2. Semente inteira, e cortada verticalmente, idem.
Tab. B.— Pterocarpus Paraguayensis Barb. Rod.
i.   Foliolo, de tamanho naturai.
2.   Aza, idem.
3.   Carina, idem.
4.   Estandarte, idem.
5.   Calyce e estames, idem.
6.   Ovario e estylo, idem.
Tab. Vili.—Hymen^a Correana Barb. Rod.
A.   Uma folha, vista pelo dorso, de tamanho naturai.
B.   Um fructo maduro, idem.
1.   Semente inteira, idem.
2.   Dita partida verticalmente, idem.
Tab. IX.—Passiflora campestris Barb. Rod.
A.   Galho com folha, gavinha e fructo, de tamanho naturai.
B.   Uma fior partida verticalmente, duas vezes augmentada.
1.   Sepala, tamanho naturai.
2.   Petala, idem.
3.   Córte transversai do fructo, idem.
4.   Semente, com 0 arillo bicornudo, idem.
5.   Semente, idem.
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Tab. X.—Passiflora Corumbaensis Barb. Rod.
A.   Galho com folha, gavinha e fructo, de tamanho natural.
B.   Fructo, comò raras vezes se apresenta, idem.
Tab. XI.—Malacocarpus heptacanthus Barb. Rod.
B. Planta, de tamanho natural,
i. Espinhos, idem.
Tab. XII. —Dejanira cyathifolia Barb. Rod.
A. Porcào mèdia da haste, com flóres, de tamanho naturai.
i. Botào, de tamanho naturai.
2.   Calyce, duas vezes augmentado.
3.   Corolla, idem.
4.  Anthera, vista de frente, tres vezes augmentada.
5.   A mesma, pelo dorso, idem.
6.   Apice da anthera, muito augmentado.
7.   Ovario e estigma, duas vezes augmentado.
8.   Estigma, muito augmentado.
Tab. B.—Maxillaria Chapadensis Barb. Rod.
Pseudobulbos, folha e flóres, de tamanho naturai.
1.   Sepala superior, idem.
2.   Sepala lateral, idem.
3.   Petala, idem.
4.   Lobullo, visto de lado, idem.
5.   Dito, visto pelo dorso, idem.
6.  Dito, visto pela frente.
7.   Columna, de lado, duas vezes augmentada.
8.  Pollinias, muito augmentadas.
Tab. XIII.—Lycaste Mattogrossensis Barb. Rod.
A. Planta de tamanho naturai.
1-2. Sepalas superior e lateral, idem.
3.   Petala, idem.
4.   Labello; de lado idem.
5.   O mesmo de face, idem.
6.   Columna, de lado idem.
7-8. Antheras de frente e de costas, muito augmentadas.
9-10. Pollinias vistas de frente e pelo dorso, idem.
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Indice das plantas contidas n'este volume
Aberemoa, Alibi.................................................................................     Bags
» furfuracea var. Jonasiana, Barb. Rod.........................................        »
Amherstieae, Bth. et Hook....................................................................        »
ANACARDIACEAE, R. Ber.................................................................        ..
Anacardium, Rottb ...............................................................................        »
»             brasiliense, Barb. Rod..........................................................>
» corymbosum, Barb. Rod.....................................................        »
» curatellaefolium, St. II11.......................................................        »
» humile, St. Hil..................................................................        i>
» mediterraneum, Veil............................................................        »
» nanum, St. Hil..................................................................        »
» occidentale, Lin.................................................................        »
» pumilum, St. Hil...............................................................        »
Anona, Lin.......................................................................................        »
» aurantiaca, Barb. Rod...............................................................        »
» Cuyabaensis, Barb. Rod............................................................        »
» furfuracea, St. Hil..................................................................        »
» Guyanensis, Aub............................,..........................................        »
» longifolia, Aub........................................................................        »
» macrocarpa, Barb. Rod..............................................................        »
» muricata Linn..........................................................................        »
» phaeoclados, Mart.....................................................................        »
» punctata.................................................................................        »
ANONACEAE, Juss............................................................................        »
Araticum............................................................................................        »
» do campo.................... ...........................................................>
» grande...................................................................................        »
» » da Serra.......................................................................        »
Astrophoea, D. C.......................................................................-.........        »
Caotaceae, Endl................................................................................        «
Caesalpineae, B. Hook.......................................................................>
Cajù do campo....................................................................................        »
» rasteiro.......................................................................................        »
Cajueiro do campo................................................................................        »
Calopisma perfvliatum, Mart...................................................................        »
Cattleya Princeps, Barb. Rod................................................................        »
Cereus Pertivianus..................,.............................................................        »
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11
Coiva de /rad,-...................................................................................     Pags.             31
Cycnoches Haagil, Barb. Rod................................................................        »                 3"
DalberGIEAE, Brown..........................................................................        »                 '7
Deianira, Cham...................................................................................        »                 33
» cyatbifolia, Barb. Rod....................................... ....................        »                 32
» erubescens, Cham.....................................................................        » 32—34
» » var. alba................................................................        »                 32
Discocactus Sclnim...............................................................................        »                 
Duguetia, St. Hil................................................................................        »                   7
» bracieosa, Mart.....................................................................        »                   4
n furfuracea, Bent, e Hooker......................................................        »             J — 8
Echinocactus.........................................................................................        »                 30
GENTIANACEAE, Lind.......................................................................        »                 32
Granadiu.a........................................................................................        »                 27
Guanabani..........................................................................................        »                   I
Hymenaea, Lind..................................................................................        »                 21
» Chapadensis, Barb. Rod.........................................................        »                 23
» Correana, Barb. Rod.............................................................        »                 21
» courbaril.............................................................................        » 22—24
Jatahy acu.........................................................................................        »                 24
Jatobà do campo...................................................................................        »                 23
» grande......................................................................................        »                 22
» da Serra...................................................................................        »                 21
Jutahy acù..........................................................................................        »                 22
» mirini.......................................................................................        »                 24
» pororaka...................................................................................        »                 24
LEGUMINOSEAE, Endl......................................................................        »                 15
Lycaste, Lindi......................................................................................        »                 39
« Rossiana, Rolfe.......................................................................        »                 39
» » var. Mattogrossensis, Barb. Rod ...................................        »                 39
Mangifera, March..............................................................................        »                 io
Malacocarpus, Salm. Dick.....................................................................        »                 29
Malacocarpus heptacanthus, Barb. Rod.....................................................        »                 29
Maracujà da chapada...........................................................................        »                 26
» de rato.................................................................................        »                 26
» de sapo.................................................................................        »                 26
Marakuyà-mi.......................................................................................        »                 27
Maxiilaria, R. Pav................................................................................        »                 35
» Chapadensis, Barb. Rod..........................................................        »                 35
» squalens................................................................................        »                 36
Marollo...............................................................................................        »             2—3
Melocactus communis, Link...................................................-.................        »                 31
Mucunà............................................................. ................................                           16
Mucuna, Adan.....................................................................................                          15
» macroceratides.........................................................................        »                 16
» Mattogrossensis, Barb. Rod........................................................        »                 15
Orchidaceae, Lindi.............................................................................        »                 35
Papi'ILIONACEAE, Bth. et Hook...............................................................        »                 15
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Phäseoleae, Bth. et Hook........................................
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